O dilema do porco-espinho

Por que pensar nas perguntas quando são as respostas que interessam?

Monday, February 03, 2003

Impor sua realidade (... intolerância ... )

A criança estava brincando no parque, indo e vindo chutando uma pedra. A peste fazia um barulho danado, uma intensa algazarra, como se estivesse se divertindo como ninguém.
Apesar da bagunça, estava tudo bem para mim, até que infelizmente ela teve o azar de acertar o meu pé com a pelota mineral.
Meio deseseperado, vendo minha cara de desagrado, o pivete veio correndo pegar o seu pequeno brinquedo. Porém, antes que ele chegasse em mim, agachei, agarrei a pedra nas mãos, fitei-a por uns instantes, e disse:
- Acorda moleque, isso é apenas uma pedra estúpida! - e arremessei a pedra o mais longe que consegui.
A criança, ao invés de chorar ou abrir o berreiro, como se esperaria de uma criança normal, simplesmente me olhou e sorriu. E o seu olhar tranqüilo transmitia um ar quase que de superioridade, e sua fisionomia era tão calma que quase acreditei que a criança fosse mais sábia do que eu. Aquele sorriso me enervava muito, por que ela não podia me deixar feliz e começar a chorar?
Ela abaixou os olhos, e se virou para ir atrás de outra pedra. Então, peguei uma pedra qualquer do chão e tentei reparar em algum detalhe, olhando-a com atenção, será que havia algo de especial nas pedras daquele parque? Para mim parecia tudo normal, apenas mais uma pedra como qualquer outra.
Pensei um pouco e então taquei-a na cabeça daquela criança idiota.

* POF *

É... era apenas uma pedra.

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